Em nenhuma página do Evangelho existe exigência mais clara e, ao mesmo tempo, mais inevitável do que a exigência do perdão.
Dela ninguém pode se esquivar, a não ser que deixe de ser cristão. Contudo, existe outra, igualmente clara, igualmente dura e igualmente inevitável: a exigência da justiça. Justiça a se cumprir aqui e agora, uma vez que ela é o rosto visível do reino de Deus.
É aqui que nós entramos em crise: como conciliar entre si as exigências evangélicas do perdão e da justiça? Obrigando os fracos e os pequeninos sem defesa a perdoar aos poderosos egoístas, não estaríamos estimulando o crescimento da injustiça? Obrigando o injusto egoísta a pagar o que deve, não estaríamos contrariando a lei do perdão evangélico?
Entre perdão e justiça, não há contradição. Pelo contrário, são duas facetas do mesmo amor e duas características do mesmo reino de Deus. Características que precisam andar sempre de braços dados, a fim de acabarmos de vez com todos os sofrimentos e com todas as desigualdades da vida. Para tanto, não é preciso odiar os patrões, os donos de indústrias e os chefes de governo ou pôr-se a lutar contra eles. Devemos lutar, uns e outros, contra as causas que geram tais desigualdades e sofrimentos.
Para construirmos outro mundo possível, baseado na justiça, na paz e no amor, não nos é necessário desencadear lutas fratricidas. Será suficiente trabalharmos, unidos como irmãos, a fim de implantarmos leis mais humanas e igualitárias.
Contudo, nosso relacionamento humano não pode acontecer apenas no plano do dar, do receber e do fazer. Reconhecendo-nos como filhos e filhas do mesmo Pai, irmãos e irmãs do mesmo Cristo, é no território da justiça e do perdão que temos de nos encontrar. Pois é só assim que conseguiremos preparar o caminho do amor.
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